sábado, 9 de julho de 2011

Raça Tricolor - A última recordação Tricolor do eterno Dr. Severo


Aconteceu... Era 1968. Eu, Severo Ribeiro da Silva, advogado, residindo na Av. Ribeiro Pena, 316 - cidade das rosas, Itapecerica/MG. Em uma noite qualquer recebi a visita de um grupo de torcedores do time “União Esporte Clube”, convidando-me para ser o presidente. Eu era mesmo tricolor desde criança, da época do ex-Capelão Padre Aldo, da cidade de Cláudio, orientador religioso do Ginásio Herculano Paz. Ele treinava o time União.

Naquela noite lembrei-me de que os dons que temos não devem ser ensacados, guardados, e sim, distribuídos. Aceitei... Constatei que o time não tinha bola, nem apito, nem camisa, nem chuteira, nem calção, nem time. Primeira coisa que fiz foi organizar uma equipe de trabalho, busquei o Dr. Venerando Souza para Tesoureiro. Meu Vise foi Edmar Diniz, que já partiu. Secretário foi Jacy Nunes. Técnico, primeiro João Mota, depois José Arantes. Roupeiro, ex-Padre José Orlando Siqueira. Relações Petrônio Corrêa e Dr.. Sinval Dinz também atleta. Chefe de torcida masculina Miguel, pé de poeira, que já se foi. Feminina Aparecidinha, do Arranca-Toco, que partiu. Busquei o Vilmon no pé Vermelho, como lateral direito, Dequinha, ponta esquerda, Tonho Ranunfo, ponta direita, goleador Alemãozinho, de Candeia Bernardo Ribeiro fornecia acomodações para ele e eu, alguns trocados nos fins de semana. Meio de campo Coapinho o fino da bola. Lauro Gondim defendia a trave, Hélio Gondim e Pio eram os bequeiros, lateral esquerdo João Isdalino. Por ali nada passava. dentre outros que por lá passaram, sem falar no Nite Macota, Deo e Garibalse, craques de bola.
Fizemos 30 jogos após montar uma grande equipe que foi chamada de “União – 68”. Jogamos contra Formigão e Vila, da Cidade das Areias Brancas; contra Esparta e Comercial – Campo Belo; Social, Fabril, Derminas – Oliveira; Candeias, Esporte e Bela Vista – Cláudio; Tupy – Carmo do Cajuru; Vera Cruz – Betim; Paraense – Pará de Minas; Guarany, Ferroviário, Flamengo, Vasquinho, Palmeiras – Divinópolis; Flamengo; Vasquinho, Palmeiras – Divinópolis; Flamengo – Samonte; Bom Despacho; Lá Plata, de Lagoa da Prata; Arcos, Pains, Bambui, Pium-i, além do tradicional São Bento da terra.
Naquele tempo não havia campeonato local, nem mesmo o Grotão. Chegou o aniversário do mais querido, completando 30 anos. Houve programação específica para o Trintão: Missa Campal pelo Padre Dulinho, bailes, rainhas, Maria da Fé que se foi, charanga, jantares... Programamos um jogão, convidando o Atletic, da histórica São João Del Rey. Fizemos camisas novas, esperamos o time na chegada da Cidade, levando a Delegação, passando pelas ruas da cidade até a sede da banda de música “Nossa Senhora das Dores”, onde tocou Dobrados alegres pela data comemorativa. O maestro era Ninico, dentista, Tricolor nota 1000! Oferecemos um lanche à delegação e já partimos para o estádio “Ribeiro Pena” e ganhamos de 1 a zero. Jogo começado, campo cheio, torcida vibrante, papeizinhos das cores tricolores aos ares. Chutes iniciais, discursos, balões, galo no centro do campo, com fita vermelha e preta no pescoço.
Sabe como nasceu o União? Há anos eram dois os times: São Bento e Brasil. As cores do Brasil eram branco e preto, listas verticais, estreitas. São Bento, vermelho e branco. Ambos possuíam campos. São Bento na Vila, Brasil, atrás da Matriz. Estavam desativados. Zé Custódio, atleta do São Bento e, pelo lado do Brasil, liderado por Alcuino. Alberto Baeta e outros uniram-se, daí o nome União, pegando as duas cores do Brasil e, colocando vermelho do São Bento no meio, virando o tricolor mais querido. Por quê mais querido? Fora o time que congregava toda a torcida da cidade, tornando o mais querido. Passado alguns anos houve desavenças, os jogadores do São Bento retornaram para aquele, permanecendo União, onde era Brasil. Este União teve vibrantes Presidentes: Chico de Melo, Silvio Dias, Zé Milagre, Quinha Medeiros, José Fernandes, além de vários outros. Craques lembro-me: Jorge Turco, Zué, José Gondim, Ziroca, Alcuino, Baeta, Carmelinho, e muito mais.
Foi um tempo bom o “Trintão”. Era meu desejo levar o União a terceira divisão da F.M.F. Comprei uma casa na Rua Ribeiro Pena do Sebastião Rafael e a rifei, deu quatro milhões e quinhentos cruzeiros de renda. Ao sair deixei este depósito com uma comissão presidida por Aracy Ribeiro da Silva, que entregou este valor ao presidente que me substituiu. Fiquei apenas um ano como presidente, houve oposição à nossa administração. Preferi entregar a equipe. Os opositores rifaram um wolks 0 KM ao lado da casa. Quem ganhou a casa foi Dr. Jefim.

Contrariei o John Lenon que certa vez disse: “Não fique triste se alguém não se lembra do que você fez, pois ninguém se lembra de levantar cedo para ver o sol nascer”. Muito pelo contrário, até hoje, são muitos que lembram de minha Administração. Prá dizer a verdade, até camisa rolê das cores do União eu tinha para os dias de jogos. Foi um tempo quente, aprendi muito!!!

Agosto, aniversário do mais querido. Parabéns!!! Hoje 70 anos, ontem 30 e assim, lá se foram os 40 anos.

Severo Ribeiro da Silva, Ex-Presidente do ”União Esporte Clube” em escrita para o clube em 2008.

Próximo sábado tem muito mais...

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